segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Modo de vida ocidental não serve mais


Mundo não vai suportar, diz especialista (O TEXTO É LONGO MAS A LEITURA É ALARMANTE)

Lester Brown é presidente do Earth Policy Institute, fundador do Worldwatch Institute, e autor de mais de 50 livros sobre o ambiente traduzidos para 40 idiomas, entre eles Plano B 4.0 - Mobilização Para Salvar o Planeta. Seu artigo no Sustainablog, sobre a não sustentabilidade do mundo com os padrões de consumo ocidentais, nos leva a pensar que temos de considerar alternativas, logo. Ele utiliza as projeções de consumo da China para dizer que não haverá futuro se as coisas continuarem como estão:

"Desde que me recordo, viemos dizendo que os Estados Unidos, com 5 por cento da população mundial, consomem um terço ou mais dos recursos do planeta. Isto era verdade. Não é mais. Hoje a China consome mais recursos que os EUA.

"Dentre as principais commodities, tais como grãos, carne, petróleo, carvão e aço, o consume da China é maior, com exceção do petróleo, onde os Estados Unidos ainda tem uma folgada liderança (mas que está em queda). A China usa um quarto a mais de grãos que os EUA. Usa três vezes mais carvão e quatro vezes mais aço. Estes números refletem o consumo nacional, mas o que aconteceria se o consumo per capita na China alcançasse o dos EUA? Se assumirmos, conservadoramente, que a economia chinesa desacelere do crescimento anual de 11% em anos recentes para 8%, então a renda per capita chinesa chegará em 2035 ao nível da americana.

"Se assumirmos também que os chineses gastem sua renda do modo como americanos fazem hoje, então podemos traduzir esta renda em consumo. Se, por exemplo, cada pessoa na China consumir papel na taxa atual americana, então em 2035 as 1.38 bilhões de pessoas chinesas usarãoq quatro quintos do papel produzido hoje mundialmente. E lá se vão as florestas.

"Se o consumo chinês de grãos per capita em 2035 for igual ao nível americano atual, a China precisará de 1.5 bilhões de toneladas, quase 70% das 2.2 bilhões de toneladas que agricultores em todo mundo colhem todo ano. Ainda, se assumirmos que em 2035 haverá três carros para cada quatro pessoas na China, como é hoje nos EUA, a China terá 1.1 bilhão de carros. Hoje o mundo todo tem um bilhão. Para estradas, ruas e estacionamentos, a China teria de pavimentar uma área de mais de dois terços da que ocupa para plantar arroz. Em 2035, a China precisaria de 85 milhões de barris de petróleo por dia. O mundo hoje produz 86 milhões de barris por dia, e pode nunca mais produzir tanto. 

"O que a China está nos ensinando é que o modelo econômico ocidental, baseado em combustíveis fósseis, centrada no automóvel e no desperdício, não irá funcionar para o mundo. Se não funcionar para a China, não irá funcionar para a Índia, que em 2035 deverá ter uma população ainda maior que a da China. Nem vai funcionar para outras 3 bilhões de pessoas em países em desenvolvimento que também sonham com o "sonho americano". E numa economia cada vez mais globalizada e integrada, onde todos dependemos dos mesmos grãos, petróleo e aço, o modelo econômico ocidental não vai funcionar também para os países industrializados. 

"O desafio de nossa geração é construir uma nova economia - impulsionada em grande parte por fontes renováveis de energia, com transportes mais eficientes, e que reuse e recicle tudo. Temos a tecnologia para construir esta nova economia, que nos permitirá manter o progresso econômico. Mas temos a vontade política de tranformar este potencial em realidade?"

Fonte: site www.planetasustentavel.abril.com.br

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